PARECE MENTIRA, MAS NÃO É...
Hoje o Desinsubstancializando apresenta mais um artigo publicado no Medium Daily Digest. Neste caso, Hossein Raspberry, apresenta 7 acontecimentos históricos que parecem não ser verdade, mas que efetivamente aconteceram.
Curiosidades da história? Anedotário aleatório? Conhecimento sem utilidade ou “conhecimento que gera desconhecimento”. Difícil categorizar... A definição há de ficar por conta de cada leitor. De todo modo, a quantidade de visualizações que o post recebeu na sua publicação original, indica que o tema chama atenção. 3,4 mil leitores ocuparam entre 6 e 10 minutos de sua vida lendo o texto e o aplaudiram. Não bastasse isso, ocupei um tempo ainda maior fazendo a tradução e construindo a postagem. Tem coisa que é melhor não tentar explicar.
Abraços e boa leitura!
SETE FATOS HISTÓRICOS DIFÍCEIS DE SE ACREDITAR
Texto de autoria de Hossein Raspberry. Publlicado originalmente na coluna “History of Yesterday” do Medium Daily Digest. Disponível em: https://medium.com/history-of-yesterday/7-historical-facts-that-sound-too-fake-to-believe-14fba6ab134d
Tradução livre do inglês para o português
Alguns fatos históricos parecem falsos porque são extraordinários ou estranhos demais para a época em que aconteceram. Nesta era de desinformação, aqui estão sete fatos que são realmente verdadeiros, mas que nunca aprendemos sobre eles na escola.
1. Um espião que foi premiado com a maior honra de serviço durante a Segunda Guerra Mundial, por ter prestado serviços aos Aliados e ao Eixo
Joan Pujol Garcia era um espião espanhol que trabalhou como agente duplo, tanto para os britânicos quanto para os nazistas. Ele primeiro contatou os serviços de inteligência britânicos e americanos para trabalhar, mas não foi aceito.
Após a rejeição, decidiu criar uma identidade falsa para poder se aproximar dos nazistas. Nesta tentativa, Garcia foi aceito, contudo, pouco tempo depois, também foi contratado como agente duplo dos Aliados.
De acordo com o Serviço de Segurança Britânico, o MI5, Garcia trouxe aos nazistas informações poderosas, mas eram inúteis porque sempre chegavam propositalmente um pouco tarde demais. De qualquer modo, como resultado de seu trabalho “duro” para os nazistas, ele foi condecorado com a Cruz de Ferro pelos alemães. Do mesmo modo, por seu grande serviço como espião, também recebeu a mais distintiva condecoração do Império Britânico.
2. A heroína foi comercializada como tratamento para tosse infantil
A farmacêutica alemã, Bayer, que produz aspirina, comercializou heroína na década de 1890 como remédio para tosse, resfriado e dor. A Bayer chegou a comercializar heroína para uso em crianças até 1912, mesmo após começarem a surgir relatos, datados do final da década de 1890, sobre como ela poderia ser uma droga perigosa.
3. Em 1979, o presidente dos EUA, Jimmy Carter, foi atacado por um coelho gigante que nadava
O incidente coelho de Jimmy Carter. “Sensacionalizado” pela imprensa como “o ataque do coelho assassino”. Fonte: Wikipedia.
“O presidente Carter estava pescando em sua cidade natal, Plains, Geórgia, em 20 de abril de 1979, sozinho em um barco de fundo chato, enquanto a equipe estava em terra nas proximidades. Carter disse que um coelho ao ser perseguido por cães “pulou na água e nadou em direção ao barco. Quando estava quase chegando, joguei um pouco de água com um remo. Quando Carter voltou ao seu escritório, sua equipe não acreditou na história, dizendo que os coelhos não sabiam nadar ou que nunca se aproximariam de uma pessoa ameaçadoramente. Mas um fotógrafo da Casa Branca tirou uma foto do incidente, a qual foi divulgada pela administração posterior. ” Fonte: Wikipedia
Devido aos direitos autorais, não consegui publicar as fotos, mas isso realmente aconteceu e você pode conferir as imagens aqui.
4. A vida diária corria normalmente, enquanto a cidade de Chicago aumentava em mais de quatro pés (um metro) de altura durante as décadas de 1850 e 60.
A proximidade de Chicago a um pântano a beira lago foi a razão por trás de sérios problemas de lama nas estradas, nas calçadas e até mesmo motivo para o surto mortal de cólera em meados do século XIX.
Em 1855, o Chicago Board of Sewerage Commissioners contratou um engenheiro para resolver esse problema. O engenheiro E.S. Chesbrough de Boston propôs esgotos pluviais como solução, mas informou que isso exigiria elevar o nível da cidade.
Após a consulta, o conselho concordou em elevar a cidade, incluindo prédios e ruas. Para aumentar a drenagem da superfície da cidade, as fundações foram elevadas entre quatro a quatorze pés (um a quatro metros) de altura. Levantar Chicago levou mais de duas décadas, mas não perturbou a vida cotidiana.
5. Durante a época romana, a urina era usada para lavar roupas e para enxaguar a boca
Existe um verso sobre a urina do poeta romano Catulo:
“Egnatius, porque ele tem dentes brancos como a neve, sorri o tempo todo. Se você é um réu no tribunal, quando o advogado chora, ele sorri: se você está sofrendo com a pira de filhos piedosos, a mãe solitária chorando, ele sorri.
Seja o que for, onde quer que seja, o que quer que esteja fazendo, ele sorri: ele tem uma doença, nem educado, eu diria, nem charmoso. Então, um lembrete para você, de mim, bom Egnatius. Se você fosse um sabino ou tiburtino ou um gordo da Úmbria, ou um etrusco rechonchudo, ou um lanuviano de dentes escuros, ou do norte do Pó, e mencionarei meus próprios veroneses também, ou quem quer que escove os dentes religiosamente, ainda assim eu não quero que você sorria o tempo todo: não há nada mais tolo do que sorrir tolamente.
Agora você é espanhol: no país da Espanha o que cada homem urina, costuma escovar os dentes e as gengivas vermelhas todas as manhãs, então o fato de seus dentes serem tão polidos mostra que você é ainda mais cheio de urina.”
Embora alguns possam considerar isso falso ou estranho, as últimas descobertas científicas sobre os benefícios da urina tornam esse fato aceitável. De acordo com a Smithsonian Magazine:
“Remédios derivados da urina podem ajudar a tratar a infertilidade e a combater os sintomas da menopausa. As células-tronco colhidas da urina foram reprogramadas em neurônios e até usadas para fazer crescer dentes humanos.”
Deve-se destacar, porém, que os romanos usavam derivados da urina, como urina decomposta e amônio cristalizado para tais fins.
6. Em 1986, duas pessoas morreram porque 1,5 milhão de balões foram lançados ao céu durante um evento de arrecadação de fundos em Cleveland, Ohio.
Um recorde mundial de lançamento simultâneo de balões se transformou em um desastre que gerou ações judiciais e contas para os organizadores do evento. A razão por trás disso foram os danos que os balões causaram quando voltaram para a cidade. Eles caíram no aeroporto Burke Lakefront. Além disso, atrapalharam terrivelmente a busca que a Guarda Costeira dos Estados Unidos fazia por dois velejadores, os quais mais tarde foram encontrados afogados.
7. Os mamutes peludos ainda estavam vivos quando as pirâmides estavam sendo construídas.
Os últimos mamutes peludos morreram no final de 1650 a.C. na Ilha Wrangle, na Rússia. Embora a maioria das populações de mamutes lanosos tenha desaparecido há muito tempo, durante o início do Holoceno - período da era do gelo - alguns ainda sobreviveram nas ilhas do Alasca e da Rússia.
Os mamutes ainda viviam quando o Império Egípcio já era extremamente avançado e construía pirâmides. O último mamute morreu quando a Grande Pirâmide de Gizé já existia há 1.000 anos.
REFERÊNCIAS
Arslanov, K. A., Cook, G. T., Gulliksen, S., Harkness, D. D., Kankainen, T., Scott, E. M., … & Zaitseva, G. I. (1997). Consensus dating of mammoth remains from Wrangel Island. Radiocarbon, 40(1), 289–294.
Cain, L. P. (1972). Raising and watering a city: Ellis Sylvester Chesbrough and Chicago’s first sanitation system. Technology and Culture, 13(3), 353–372.
Kornegay, K. D. (2014). Double Cross: The True Story of the D-Day Spies.
Oard, M. (2004). Frozen in Time: The Woolly Mammoth, the Ice Age, and the Bible. New Leaf Publishing Group.
Pujol, J., & West, N. (2011). Operation Garbo: The Personal Story of the Most Successful Spy of World War II. Biteback Pub.
Sneader, W. (1998). The discovery of heroin. The Lancet, 352(9141), 1697–1699.
Witty, M. (2016). Ancient Roman Urine Chemistry. Acta Archaeologica, 87(1), 179–191.
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TRADUZIDO E COMENTADO POR:
Marcio Antônio Both da Silva
Professor de História da Unioeste
Pop Ciência
Espaço destinado a publicar e divulgar textos sobre temas e questões históricas, tendo como foco principal a Popularização do conhecimento científico, especialemnte na área de humanidades.