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  • Foto do escritorMarcio Both

Sílvia e os Lobos



Quase dois meses se passaram e nada de sair a edição de março dos Contos d'A Estrutura! Tivemos problemas, muitas tarefas e os avanços realizados pelos agentes que perseguem O Narrador ao longo do tempo-espaço dificultaram o lançamento. Mas finalmente veio a luz a edição de março de 2019: "Sílvia e os Lobos". 

Nesta edição conheceremos novos personagens do universo d'A Estrutura e alguns segredos de seu funcionamento.


 

Silvia e os Lobos

Kuno Webley acordou agitado, não havia dormido bem. Sentia uma sensação de incompletude, mas não sabia expressar o que lhe faltava. Dominava-lhe o pensamento de que precisava conseguir algo, mas não entendia ao certo o quê. Era como se precisasse de um meio, uma máquina talvez, uma escada que o levasse ao céu.

Antes de sair da cama e preparar o café, beijou a face de Daniela. Também lhe dominava o sentimento de que poderia não voltar, de que aquele seria o último dia de sua vida, o último beijo. O dia em que se juntaria ao flautista e que sua alma se tornaria do tamanho de sua sombra.


Porém, quando seus pés tocaram no chão, foi dominado por outra sensação. 


Agora era o mundo que, como uma mulher furiosa, dava-lhe um tapa na cara e, assim, chamava-o para a vida. Ao abrir a janela a luz do sol dominou o quarto. Ouviu Daniela resmungar: “só mais um pouquinho”. Lá fora tudo estava parado, não havia vento, o silêncio dominava a paisagem, apenas sentiu a brisa entrando pela janela aberta. Era março, no dia anterior havia chovido e o cheiro da água da chuva misturada à terra ainda rescendia no ar.  Era um dia bonito e convidativo.


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Sílvia e os Lobos
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Texto originalmente publicado em 18/05/2019 em https://desinsubstancializando.weebly.com/principal/silvia-e-os-lobos

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