No horizonte o abismo...
Naquela noite Ele não havia dormido.Â
Ecoava em sua cabeça o barulho da última explosão, e o ar ainda estava esfumaçado. Em sua mente, o cheiro de sangue, pólvora e hipercombustÃvel, confundia-se com o som mecânico e ensurdecedor que acompanhou a derradeira investida de que sua tropa havia sido alvo.Â
Não eram homens que enfrentava, mas bestas insanas, que conectadas à máquinas de guerra - em um casamento entre carne, metal e circuitos - produziam uma ferocidade nunca antes vista ou prevista. O tempo dos cavaleiros, das trincheiras e das bombas de gás venenoso, sobre o qual havia lido nos livros de história, pertencia ao passado, a um lugar situado há muitos séculos atrás.Â
Mesmo assim, algumas das práticas e das táticas mais perversas da guerra não haviam mudado, apenas se aperfeiçoado. Para alguns generais e seus soldados, ainda importava dizimar as hostes inimigas até o seu último integrante. Nisto, aquela batalha decisiva para a Grande Guerra, travada em 28 de março de 2500, era o prenúncio barulhento de uma nova era. Momento sem volta, o qual, como é comum a todo começo, anunciava que tudo aquilo que dizia respeito ao passado, deveria ser superado, reescrito ou esquecido. Assim nasceu A Estrutura, e o exato instante de sua fundação, em 18 de junho de 2592, ficou conhecido como a Instalação.
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"O Narrador e a Máquina do Tempo"
Texto originalmente publicado em 15/12/2018 em
https://desinsubstancializando.weebly.com/principal/de-volta-a-ativa